Em função de algumas conversas que tive na semana passada, parei um instante para pensar no que significa, de fato, amar.

Alguém teria uma definição? Pode mandar!

Amar é uma decisão; isso é um fato! (vide escritos publicados no www.javimelhores.wordpress.com)

No entanto, me deparei pensando no termo em si – o Amar puro simples – e percebi que ele conjuga tudo: o que vejo e sinto e a consequencia de sentir.

Drumond assim o retrata :

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor

Shakespeare, respira :

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça:
amor não é amor
Se
quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

Eu simplesmente sinto e vejo:

A.(o)..mar?

Quando se vê e se sente…Deleite, alegria, sorvete, paixão…

Intrínsecamente, traz consigo… o sal, maresia, corrosão, dor…

Mas o que seria da vida sem o eterno anseio de conjugar a beleza e gosto salgado de sentir?

Faço minhas as palavras de Neruda:

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo
, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.