Identidade
Eu sou apaixonada por uma ilha.
Alguém poderia perguntar: Pô, mas por uma Ilha, Taci?
Sim!
É questão de identidade, meu caro.
E quando se está longe isso se torna tão lógico, tão simples e tão bonito.
O interessante é que as pessoas te identificam por isso. Elas são sedentas por uma história que só nós temos.
Ouvir notícias de um arraial com bumba-meu-boi em Sobradinho, por mais que seja longe e você não vá, te faz tão feliz. São sensações incríveis de pertencimento, de não estar desgarrado, alheio, sem raíz…
Nunca o som do reggae me fez tão bem,sabe? É lembrar o tom ritmado e cadenciado do mar que hoje nem tenho. Teletransporte, compreendes? Consegues alcançar?
Eu sou aficionada por um “tu podes”, “tu viste”, “tu foste” e não há quem queira tirar a alegria da minha “fes(x)ta” ou de tirar as milhares folhas de papel da minha “pas(x)ta”. Esse é o meu direito humorado de “r(é)sposta”, queridos. Afinal, quais são as nossas vogais? – A, (É), I, (Ó), U ou A, (Ê), I, (Ô), U. A segunda opção, nem nunca!
O mais legal de tudo é botar os teus amigos pra falar que nem tu falas? É tão bom! – Não é verdade Júlia, Natália, Nágela, Gil?. E botar a galera pra torcer pelo Sampaioooooo? Não tem preço! – Avisa aí pro povo que já tem torcida do Tubarão da Ilha até no Uruguai, viu?
Falar o “tcho” pai, “tcho” avô, “tcha”comoda, “tcha”quieta, “vumbora”, “simbora”…. ao invés de havaiana, japonesa; pedir Jesus ao invés de Coca-cola… Isso definitivamente é SER alguém. É perceber que tu és porque outros fizeram história antes e compartilharam algo que constitui essência em ti.
Tudo está tão claro, minha gente. E, nesse aspecto, devo louvar o céu do planalto central por tal claridade!
Eu sou apaixonada por uma Ilha.
Nela cresci e vi versos brotando de suas ruas. Uma poesia que ainda é palpável e uma história que brota de seus casarões. Fui contaminada por um amor em versos e nem de longe deixo de sorver o que tens de mais belo: a simplicidade – muito embora queiram te trair te fazer sorver algo que nem te é próprio por essência. Tu contas a tua história e não o contrário.
Se eu volto? Sim! Sempre que der eu volto pro meu mar, para os meus amigos, para o meu reggae e para o meu poema principal: São Luís do Maranhão -São 399 anos!
Ano que vem são 400 e não perco por nada a Fes(x)ta do meu gueto.