Na semana passada, observando algumas atrações globais (quanta falta do que fazer), ouvi a fala de dois personagens, Raj e Maya, protagonistas da novela “Caminho das Índias”, e eles diziam estar dispostos a se apaixonar um pelo outro. Complexo ou possibilidade visível? Coisa de novela ou reflexo de uma cultura rígida, inflexível e muito distante dos pilares conceituais ocidentais?

O certo é que tal diálogo me fez lembrar, automaticamente, de outra afirmação – esta ainda mais contundente e direta – a qual, durante muitos anos, passou a ser alvo das minhas reflexões contínuas: Amar é uma decisão!

Confesso que por muito tempo pensei ser isso uma loucura, algo totalmente desconexo com a realidade humana; haja vista, principalmente, a necessidade que o homem tem de externar o que pensa e o que sente, na tentativa de fazer com que o outro talvez (ou não) o compreenda e o aceite. Tentativas frustradas de tentar romancear tudo e todos.

A grande questão é que o homem não é só sentimento; ele necessita de razão pra definir o que fazer nas mais difíceis situações. O erro está em não utilizarmos desse postulado nas nossas compreensões afetivas. Somos fadados a amar, sentir e amar… e esquecemos que até os sentimentos precisam ser racionalizados. Pasmem, precisamos trazer um pouco de matemática para as nossas emoções (1+1=2, sempre vai bem)!

Quando dizemos sentir amor somos vulneráveis, tudo estaria ligado, tão somente aos cinco sentidos humanos: sinto por que vejo, sinto por que toco, sinto por que ouço…

Amar é mais complexo!

Decisão tomada. Passo a compreender que amar é mais do que simplesmente sentir, é uma construção mental que depende, única e exclusivamente, de uma atitude volitiva do homem; é perpassar a noção de que o sentimento inicial tornou-se maduro na complexa trama das emoções e não mais frágil ao ponto de estar ameaçado pelas intempéries que abatem todo e qualquer relacionamento; é como guardar a rosa em uma redoma de vidro (lembra do “Pequeno Príncipe”?); é construir, dia após dia, os alicerces de um grande castelo com intuito de preservar a essência de tudo o que motivou o início.

Permita-se DECIDIR!

Esse meu texto foi publicado inicialmente no http://www.javimelhores.wordpress.com.  No entanto, ante minha ausência perene no referido blog, decidi sair do “javi” e fixar meus escritos somente nesse canal, ok? Daí, republicar o Permita-se.